domingo, 17 de maio de 2015

1º acampamento - visita de estudo a Coimbra

Nos dias 15 e 16 de maio os Clubes de Leitores e de Campismo e Montanhismo do Agrupamento de Escolas de Paredes de Coura levaram a cabo uma visita de estudo à cidade de Coimbra. Participaram nesta saída alunos do 5º ao 11º ano: 7 alunos do Clube de Leitores e 19 alunos do Clube de Campismo e Montanhismo, acompanhados pelos professores Celeste Ferreira (coordenadora do Clube de Leitores), Rui Cardoso (coordenador do Clube de Campismo e Montanhismo) e Aida Antunes e Dinis Fernandes, sendo os 4 docentes membros do Clube de Campismo e Montanhismo. As expectativas eram elevadas, pois 90% dos alunos nunca haviam acampado, assim como as duas professoras acompanhantes.

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Chegámos ao Coimbra Camping à hora prevista (12.30), após uma breve paragem na área de serviço de Antuã. Montámos as 9 tendas necessárias em cerca de hora e meia. Não era a melhor altura do dia para fazê-lo, com o sol a pino, mas não nos restava outra solução em função das atividades previstas. De seguida, almoçámos o piquenique que trazíamos de Coura: panados no pão e fruta.
 
 
 
À tarde, tínhamos previsto um passeio pela margem sul do Mondego antes da visita ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. E assim fizemos, sem pressas, desfrutando de um dia magnífico e sem temperaturas demasiado elevadas. O ideal para uma bebida ou um gelado numa esplanada.
 
 
 
 
A visita ao mosteiro teve a duração de cerca de duas horas – um pouco mais do que o previsto e desejável para um grupo de alunos tão heterogéneo. No entanto, a grande maioria conseguiu manter-se interessada relativamente a todas as informações e explicações que a guia foi dando ao longo de toda a visita. A ideia de estarmos abaixo do nível das águas do Mondego (e as reconstruções resultantes das inundações a que o mosteiro esteve sujeito) e o voto de clausura das freiras (e se podiam arrepender-se e abandoná-lo) foram os factos que mais atenção despertaram. À saída, fomos surpreendidos por um assustador chiclómetro.
 
 
 
 
Ao final da tarde, atravessámos o Mondego e dirigimo-nos para uma das cantinas da Universidade de Coimbra para o nosso jantar – momento que foi considerado por quase todos como o único “ponto baixo” dos dois dias de visita. Ouviu-se que “a comida na nossa escola é bem melhor”. Depois do jantar, e já com alguns queixumes relativamente aos quilómetros trilhados, subimos a escadaria de acesso à Universidade de Coimbra, no topo da qual registámos a primeira fotografia de conjunto. Descemos até à margem do Mondego de encontro ao autocarro e ao Sr. Carlos, o nosso motorista, para regresso ao parque de campismo.
 
 
Pelas 23.30 preparámos um delicioso chá de cidreira, acompanhado por bolachas e queijo mole. Foi quase unânime ter sabido "pela vida”: o fresquinho da noite (cerca de 13 graus e algum vento) contrastava deliciosamente com o calor do chá. Foi o mote para desejarmos boa noite uns aos outros. Mais cedo do que o esperado pelos professores, pela 1.30 da madrugada já ninguém conversava… Estava a correr tudo muito bem.
 
Acordámos cedo. Pelas 6.30 já se ouviam as primeiras conversas e às 07.30, hora aprazada para o “Hora de acordar” anunciado pelo professor Rui, apenas duas campistas não estavam já a pé (mas acordadas, no entanto). Deixámos as tendas a arejar enquanto preparámos e tomámos o pequeno-almoço, altura em que ocorreu o “raspanete” mais sério (dos poucos necessários) dos dois dias de passeio: enquanto várias pessoas se ocupavam a abrir pacotes de leite para o colocar a aquecer numa cafeteira de 5 litros e a fazer 60 sandes de queijo, compota e manteiga, um dos alunos deliciava-se com um leite achocolatado que havia trazido de casa…
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pelas 10.30 já nos encontrávamos no centro de Coimbra para um passeio pelas encostas da cidade e, a pedido de alguns alunos, uma espreitadela a algumas lojas. Sob a orientação da professora Celeste, visitámos o Mosteiro de Santa Cruz, onde vimos um quadro de Grão Vasco (Pentecostes) e os claustros e o túmulo de D. Afonso Henriques, em estilo manuelino. De seguida, subimos as Escadas de Quebra Costas para apreciarmos o estilo românico da Sé Velha, onde tirámos a segunda fotografia de conjunto. Descemos da Coimbra alta por ruelas características, onde vimos as fachadas de duas repúblicas – que mereceram comentários de vário teor. Acabámos a manhã a almoçar no Coimbra Shopping. Era um almoço livre e cada um comeu o que quis, não sendo difícil de adivinhar a escolha de quase todos os nossos jovens.
 
 
 
 
 
 
 
 
Às 14.00 já nos encontrávamos junto à Universidade de Coimbra para a visita mais esperada, mas onde só pudemos tirar fotografias de exterior. Iniciámos a visita pela extraordinária Biblioteca Joanina. A guia que nos acompanhou soube sempre manter a atenção dos nossos jovens com recurso a informações e referências curiosas e inesperadas. Visitámos ainda a Prisão Académica, a Igreja de S. Miguel e a Sala dos Capelos. Entre estas duas últimas visitas, a guia convidou dois estudantes universitários a explicarem-nos a história e simbologia do traje académico, o que mereceu uma atenção redobrada da comitiva. Na diversas paragens que fazíamos, já se viam muitos alunos a sentarem-se no chão. Mas nunca deixando de fazer um esforço para acompanhar as explicações da guia.
 

Na viagem de regresso, houve quem não resistisse a um soninho retemperador, enquanto outros ouviam música, jogavam cartas ou se divertiam à sua maneira muito adolescente. O professor Rui Cardoso pediu a todos os alunos que fizessem uma avaliação dos dois dias de visita, numa escala de 0 a 10. Foi atribuída uma classificação de 7,5, outra de 8, duas de 8,5, quatro de 9 e as restantes dezoito de 9,5  a 10. As expectativas não parecem ter saído goradas.
 
Os professores acompanhantes não tiveram dúvidas de ter sido uma visita muito profícua para todos, embora cansativa. Não sabemos contabilizar, mas de certeza que alguns alunos passaram a olhar para as suas ambições escolares de outro modo, em especial os 7 alunos do ensino secundário; muitos terão percebido melhor o que é trabalho em equipa; todos (com apenas uma exceção, hesitante) querem voltar a acampar.
 
Fizeram-se ainda as contas aos gastos. Do dinheiro orçamentado e recolhido, sobraram 46 euros e oitenta e quatro cêntimos (poupança realizada no número de tendas montadas, num desconto efetuado e na não aquisição prevista - por falta de oportunidade - de fiambre para o pequeno almoço). Os professores responsáveis levantaram a hipótese de comprarem um gelado para cada um dos alunos, mas, como a única paragem prevista era numa área de serviço, entendeu-se que não seria boa opção (pelos preços praticados). Assim, e após consulta a todos os alunos, decidiu-se, por unanimidade, que este montante reverterá para os fundos do Clube de Campismo e Montanhismo.
 
Por último, cabe referir que, na quinta-feira, véspera da partida para Coimbra, nos chegou à escola um conjunto de equipamentos e materiais adquiridos com cerca de 425 euros dos fundos do clube: mais 6 tendas de diferentes tamanhos (já tínhamos duas), dois fogareiros a gás, uma mesa, 2 maços e estacas de reserva. Fundos esses que são fruto do trabalho realizado pelos alunos e Encarregados de Educação ao longo do ano letivo. A maioria das tendas em que os alunos acamparam pertence já ao clube, o que foi motivo visível de algum orgulho. Foi ainda necessário recorrer a algum equipamento pessoal e da escola, mas, aos poucos, procuraremos adquirir o necessário para um grupo de 30-40 campistas.